quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Depressão pós-comparação

"É. E ninguém merece.
Há a depressão pós-parto, a depressão pós-relacionamento, depressão pós-prova de química, depressão pós-alguma outra desculpa e por aí vai...
Mas a depressão mais utilizada pelo ser humano - além de ele mesmo se meter nessa enrascada - é a Pós-Comparação: a que você fica se comparando ou sendo comparado.
Eu tenho isso. Eu estive há pouco numa festinha entre amigos de meus pais e lá - lógico - estavam os amigos dos meus pais.
Enquanto eles passavam na nossa mesa comprimentado pai ou mãe, eles olhavam para as outras três ocupantes presentes na mesa e diziam - quase que o mesmo texto (deve ter sido ensaiado): '-Nossa! Elas são suas? Só meninas?! Que lindas!'
Mas, sinceramente: que mentira tosca.
Todo mundo sabe - ou pelo menos quem me conhece e também à minha irmã - que ela é mais bonita do que eu. E não tem essa de: Ah, que nada!; Eu acho você bonitinha!; Mentira, moça!; porque não é mentira não!
E por ela ser desta forma física que me excluem.
Não é surpresa eu ser meio antisocial, ou a 'estranha' do local - como minha turma, sei lá!
Um fato que mostra isso são os comentários. Quando chegam para a minha irmã, dizem: 'Nossa, já está tão moça! Bonita! Cresceu hein?!' Mas quando sou eu, dizem: 'Nosssa, quantas espinhas! Conhece o médico ... ? Ele é bom em tratamento de pele....................' Blá, blá, blá.
E outros que acreditam nas aparências então? Quando digo: 'Eu sou mais velha que ela.' Todos me olham perplexos e dizem: 'Eu tinha achado que ela era a mais velha!' Ah, Claro.
Presentes?
Para a irmã: brincos, pulseiras, maquiagem, esmaltes, roupas da moda...
Pra mim: hidratante facial, sabonete esfoleante, Pomada Anti-Acne...
Isso é só um modo 'enganável' de dizer que me cuido mal, que meu rosto é ridículo.
É, eu sei que muitos comentam sem querer. Mas fere. É como se você, magro(a) desse jeito dissesse que precisa fazer um regiminho na frente de um obeso. De um Obeso!
O pior ainda, são aqueles adultos sem noção que ficam 30 minutos olhando para o meu rosto e depois de eu fitá-lo desconfiada, ele implora: 'Nossa, essa daqui ta amarelinha! Deixa eu estourar? Deixa? Deixa?'
Cara. ...
Que Nojo!
Vá arranjar o que fazer!
Os dermatologistas - o meu, na verdade - disse que não se pode estourá-las... E que chocolate nem é tão vilão assim...
Depois de todas essas comparações, nós, os comparados, ficamos pensando muito na comparação feita. Eu mesmo, comecei a olhar para os rostos dos outros e não achar nenhuma mancha, nenhuma espinha, nenhum cravo...
Chorei muito por ser a única.
E mesmo os que tinham espinhas, tinham rostos bonitos. E eu sou a imperfeição geral.
O pior é que eu não sou a única a sofrer Comparações. Há os pobres que não conseguem comprar aquele jeans caréééérrimo que o outro conseguiu comprar, e aí, eles olham para os outros e vão se sentindo inferiores, menosprezados, mínimos... Há muitos tipos de comparados.
Isso não é um tipo de bullying se quiser saber. Bom, eu acho que não...
Bulllying é algo provocado e Comparação não.
É sem querer.

E o que eu realmente queria dizer é: MEÇA SUAS PALAVRAS PARA NÃO FERIR NINGUÉM. É o chamado Pensar Duas Vezes Antes de Falar.
E outra coisa: NÃO JULGUE UM LIVRO PELA CAPA. Ou um ser humano pela aparência... Porque AS APARÊNCIAS ENGANAM, e são bem mentirosas!"

Autor: preferiu não ser identificado.

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